01 janeiro 2016

Um Pensamento Provocador



A paz seja com todos os jovens!

Recentemente, deparei-me com um versículo bíblico que já havia lido, ouvido e até citado centenas de vezes, mas meditar nele, pensar em suas aplicações práticas e na enormidade das consequências que poderiam advir se eu escolhesse ignorá-lo me ajudou a perceber mais amplamente sua importância.

Mateus 6:14–15 diz: “Se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós. Porém se não perdoardes aos homens suas ofensas, também vosso Pai celestial não perdoará as vossas.”

A passagem deixa claro que tanto perdoar quanto não perdoar tem um efeito direto no nosso relacionamento com Deus.

Sobre o mesmo tema, algumas páginas depois, encontramos uma pergunta feita por Pedro, que recebe uma resposta óbvia: “Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete? Jesus lhe respondeu: Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete.” Esse número tão alto, 490, serve para enfatizar que ninguém deve se sentir no direito de parar de perdoar.

Para esclarecer ainda mais a questão, Jesus fala de valores bem elevados ao contar a história de um rei que queria fazer o acerto com seus servos ou súditos:

Um servo do monarca lhe devia dez mil talentos. Como um talento equivale a 57 quilos, a dívida era de 570 toneladas de, provavelmente, prata ou ouro. Se fosse prata, em valores de hoje, o homem devia R$ 900 milhões; no caso do ouro, cerca de R$ 57 bilhões — em qualquer época, valores enormes. Como o devedor não tinha como pagar, o rei ordenou a venda do servo, de sua esposa, dos filhos do casal e de todos os bens da família. O homem implorou ao rei por paciência e este, com pena, perdoou a dívida.

Pouco depois, o que fora perdoado encontrou alguém que lhe devia cem denários — menos de cinco mil reais. Infelizmente, não houve perdão para essa dívida e o credor mandou que o inadimplente fosse preso.

Quando o rei ficou sabendo, chamou o servo e lhe disse:

“Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicaste. Não devias tu igualmente compadecer-te do teu companheiro, como também eu me compadeci de ti? Assim, encolerizado, o seu senhor o entregou aos verdugos, até que lhe pagasse tudo o que devia.”

Jesus conclui a história com uma afirmação alarmante: “Assim vos fará também Meu Pai celeste, se de coração não perdoardes, cada um a seu irmão, as suas ofensas.”
Às vezes, intencionalmente ou não, os outros pecam contra nós ou nos magoam. Infelizmente, fazemos o mesmo. Independentemente das ofensas que sofremos, nosso dever é perdoar, mesmo quando somos enganados, tratados injustamente, roubados, caluniados e trapaceados.

Perdoar não é aprovar o que a outra pessoa fez nem significa que as perdas que sofremos foram reparadas, mas em vez de insistirmos em definir quem está certo e quem está errado, escolhemos deixar o assunto e suas repercussões nas mãos de Deus. É a escolha do perdão.

Todos pecamos e estamos aquém da glória de Deus. Como o servo que se recusou a perdoar, temos uma dívida enorme e impagável com Deus. Por meio de Jesus, Ele perdoa nossa dívida, mas também nos chama para, na mesma medida, perdoarmos os demais.

Cria certo desconforto pensar que, se não perdoarmos os que pecam contra nós, Deus não nos perdoará quando pecarmos contra Ele. Mas esse pensamento também traz a promessa de que, por concedermos perdão aos outros, Deus nos dará o dEle. Se formos misericordiosos, receberemos misericórdia. Quem perdoa, é perdoado.

“Portanto, como eleitos de Deus, santos e amados, revesti-vos de compaixão, de benignidade, de humildade, de mansidão, de longanimidade. Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós. E, sobre tudo isto, revesti-vos de amor, que é o vínculo da perfeição.”


Romanos 3:23 (NVI-PT) pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus,

Marcos 11:25 (NVI-PT) E quando estiverem orando, se tiverem alguma coisa contra alguém, perdoem-no, para que também o Pai celestial lhes perdoe os seus pecados.

Colossenses 3:12-14 (NVI-PT) Portanto, como povo escolhido de Deus, santo e amado, revistam-se de profunda compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência. Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor lhes perdoou. Acima de tudo, porém, revistam-se do amor, que é o elo perfeito.

Tenham uma ótima semana na paz do senhor !





Marcos Ledesma

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